Seis crianças com idades entre 1 e 15 anos, foram abandonadas pelos pais na Vila Mooca, na região da Cidade Jardim, em Goiânia. M.O.C de 13 anos já é mãe de um bebê de pouco mais de um ano. Ela, os quatro irmãos e seu bebê foram deixados à própria sorte há seis meses. Já viviam sem pai. A mãe saiu sem dar explicações e não voltou mais. M., uma menina tímida, de fala mansa e bem articulada, cuida como pode do filho e dos irmãos " os irmãos da igreja e os vizinhos dão comida, mas nós não sabemos o que será da gente" O dono da casa, onde menores vivem, já pediu o imóvel. " Ele nos ajudou muito, mas ontem (dia 24) me disse que vamos ter de sair", contou à reportagem. Sem pai, mãe, ou outro adulto para encaminhar as crianças, nenhuma delas estuda nas escolas formais ou frequenta centros de educação infantil. M., o irmão de 15 anos, diz que parou de estudar porque não tem sequer endereço fixo. "Foram tantas mudanças, que não tinha nem como me matricular." A menina e o rapaz dizem que querem estudar e trabalhar, mas não têm a menor noção de como começar. A menina engravidou aos 12 anos de idade, o que dificulta mais sua vida. A falta de horizontes constrange os dois. " Não estamos passando fome, porque as pessoas ajudam, mas o que falta mesmo é uma mãe, uma família", diz a menina. Ela conta que não se lembra do pai, que ficou no Tocantins, e que ele não é o pai de todos os irmãos. "Vim com cinco anos de idade, nem tenho nóticias dele." Segundo a menina, a mãe abandonou todos os filhos sem motivo aparente. "Ela saiu para trabalhar e não voltou. Ainda falei com ela pelo telefone, mas ela disse que não vai voltar. " O rapaz admite que cuidar dos filhos era uma trabalheira para a mãe e que ambos não tinham convivência harmônica, mas também não vê motivo para o abandono. A situação de negligência das crianças foi comunicada ao Conselho Tutelar da Região, que vai analisar o caso para decididir se podem permanecer onde estão ou se devem ser encaminhados para abrigos. O temor dos irmãos é que sejam separados. Todos têm aparência saudável. Os menores, que não têm noção da gravidade da situação, sorriram muito durante a conversa com a reportagem. Os dois irmãos mais velhos esperam que, nos desdobramentos do aso, as vidas de todos melhorem. Ontem, eles não tinham nenhuma nção do que lhes acontecerá, nem sabiam por onde anda a mãe. Conselho
O conselheiro tutelar Juarez Mariano de Almeida, do Conselho de Campinas, responsável pela região, informou que já conseguiu contato com a mãe dos menores, que está no interior do Estado, mas não quis informar em qual cidade. Ela se comprometeu a vir segunda-feira(29) resolver a situação dos filhos. "Achei prudente dar esse tempo de espera. Com a presença da mãe, a situação já pode se encaminhar melhor. Abandonadas como estão, aquelas crianças estão muito vulneráveis", afirmou o conselheiro.
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
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