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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Mulheres tentam filho biológico

A gerente de compras Michelle Almeida Generoso, 33, e a professora Thaíse Cristiane de Abreu Prudente, 27, vivem juntas há cinco anos e decidiram ter um filho. Para realizar o sonho, desde março elas tentam autorização para gravidez com a co-participação das duas. A intenção é a de que Michelle doe um óvulo para Thaíse, que por sua vez, deve gerar a criança. Até hoje nunca foi realizado um procedimento do tipo no Estado.

Elas procuraram o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC) e, apesar de o hospital nunca ter realizado processo de fertilização com doação de óvulos, as duas até já foram orientadas a fazer os exames de fertilidade – necessários para a realização do procedimento da reprodução assistida. Pelo serviço público de saúde, elas esperam desembolsar pouco mais de R$ 1 mil, enquanto se tentassem a fertilização pela rede particular, o procedimento poderia custar mais de R$ 12 mil.
No entanto, têm um empecilho: precisam da autorização do Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego). Em junho, elas protocolaram o pedido junto ao órgão e aguardam parecer, ainda sem data estipulada para sair. As companheiras ligam no conselho toda semana para cobrar resposta. “Eles até já me conhecem lá”, brinca Michelle.

O Cremego informou que a situação é atípica e não se enquadra na lei existente. Por isso, está fazendo estudo detalhado antes de dar parecer às duas. Thaíse diz entender que o caso mexe com a noção de família das pessoas. Ela ressalta que, no Brasil, a primeira lei que prevê uniões homoafetivas é a Maria da Penha e que esse foi um importante passo para que outras leis considerem esse novo modelo de família. “O mais importante é sempre dar o primeiro passo” diz, otimista.

União estável
O casal assinou contrato de união estável no último dia 2 de junho. No entanto, após a confirmação da união, as duas não quiseram festa. “Vamos deixar para fazer uma grande comemoração quando conseguirmos engravidar”, conta Michelle. A professora explica que um filho sempre foi um sonho do casal e que agora é o momento certo para enfim constituírem uma família porque ambas já conseguiram estabilidade financeira.

Além disso, ressalta que a gravidez, por ser um caso pioneiro no Estado, colaboraria para que as pessoas vissem esse tipo de situação com outros olhos. “Queremos abrir precedentes para que outras pessoas que também têm essa vontade possam ter um filho”, diz Thaís.

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